A cárie, como muitos outros problemas dentários, tem seu próprio conjunto de fatores determinantes, como a genética, o ambiente e o comportamento. Alguns fatores, como a higiene bucal, alimentação, dentição, bactérias cariogênicas, exposição ao fluoreto, exposição a líquidos que alteram o pH e qualidade e quantidade de saliva, são mais facilmente controlados pela rotina diária e por tratamento. Mas há outros fatores com um papel significativo na prevalência da cárie dentária que não podem ser alterados ou são resistentes a mudanças: idade, sexo, raça, etnia, predisposição genética e, especialmente, situação econômica e acesso à assistência odontológica. Usando essas informações, é possível identificar populações de risco para o desenvolvimento de cárie.
Prevalência da cárie dentária
Prevalência é o número estatístico de casos de uma doença identificada em uma população específica em determinado momento. Incidência é o número de novos casos que acontecem durante um período específico. A percepção de que a cárie dentária está geralmente em declínio veio com a maior conscientização das pessoas, a fluoretação da água de abastecimento público, o uso de creme dental fluoretado e a aplicação de verniz de fluoreto em consultórios odontológicos. Parece, entretanto, que a prevalência da cárie dentária está diminuindo apenas em algumas populações dos Estados Unidos, já que o problema persiste com alta prevalência entre as populações mais pobres. As avaliações de risco para os vários grupos socioeconômicos dentro da população podem ser feitas usando a renda e a porcentagem da população acima da linha de pobreza: quanto mais próxima da linha de pobreza a família de uma criança está, maior é o risco dessa criança desenvolver cárie.
Informações estatísticas sobre a cárie dentária
O governo dos Estados Unidos realiza a Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição a cada vários anos para monitorar a taxa de cárie na população. A pesquisa mais recente indica que 42% das crianças entre 2 e 11 anos de idade desenvolveram cárie nos dentes de leite, sendo que a maioria delas fazia parte da população mais próxima da linha de pobreza. Cinquenta e nove por cento dos adolescentes entre 12 e 19 anos de idade tiveram cárie dentária nos dentes permanentes. Mais uma vez, a maioria dos adolescentes com cárie fazia parte da população nos níveis de renda mais baixos. Vinte e três por cento dos adultos entre 20 e 64 anos de idade têm cárie não tratada. A cárie radicular em adultos segue padrões semelhantes: nas populações socioeconomicamente desfavorecidas, com menor nível de educação e menor renda, a prevalência de cárie radicular é muito maior. Isso é uma evidência de que determinadas populações precisam de maior acesso aos cuidados aos quais as famílias de níveis econômicos superiores de renda têm acesso.
Estratégias de tratamento e prevenção
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) identificou estratégias de intervenção eficazes. Essas estratégias incluem a melhora da higiene bucal da mãe para limitar a transmissão de doenças para a criança, a adição de fluoreto na água, o uso de vernizes fluoretados (que são muito eficazes) e o xilitol, que agora é encontrado em chicletes sem açúcar. Além disso, os pacientes precisam fazer mudanças comportamentais e alimentares. O verniz de fluoreto é uma intervenção altamente eficaz para a cárie dentária infantil.
A conscientização, o acesso aos cuidados, a intervenção precoce e a aplicação de verniz de fluoreto reduzirão a incidência de novos casos de cárie nos Estados Unidos. O verniz de fluoreto deve fazer parte da estratégia de tratamento de todos os dentistas para prevenir a cárie radicular nos indivíduos em maior risco. A prevenção será especialmente importante para as populações idosas. A cárie é um problema que pode ser eliminado.