Você já olhou para a sua língua no espelho e teve a impressão de estar olhando para um mapa rodoviário? Ou, quem sabe, no outro dia, ela se parecia mais com um mapa das linhas de metrô. Talvez você tenha um problema chamado língua geográfica. Mas não se assuste. Essa é uma condição benigna, que não ameaça sua saúde.
Veja alguns fatos interessantes sobre esse distúrbio (também conhecido como glossite migratória ou eritema migratório) que você precisa conhecer.
Língua geográfica: causas e sintomas
A causa exata da glossite migratória não é conhecida, mas de acordo com a National Organization for Rare Diseases (NORD), a aparência de mapa que a língua adquire é resultado de uma inflamação. Normalmente, a língua é coberta com uma camada de pequenas protuberâncias chamadas papilas, mas se por alguma razão algumas dessas protuberâncias semelhantes a dedos desaparecem, as áreas da língua ficarão lisas e vermelhas, com bordas levemente elevadas. Essas áreas afetadas podem mudar de tamanho e localização diariamente, fazendo com que a língua pareça diferente cada vez que você olha para ela.
Embora a língua geográfica possa persistir por semanas, a boa notícia é que, na maioria dos casos não, há desconforto e nenhum tratamento é necessário. Para muitas pessoas, o problema desaparece, mas pode voltar no futuro.
Preciso ir ao médico se apresentar língua geográfica?
O Centro de Informações Genéticas e de Doenças Raras do National Institutes of Health afirma que cerca de 5% das pessoas com língua geográfica sentem-se incomodadas com dor ou sensibilidade, principalmente quando comem alimentos condimentados ou ácidos. Se você sentir que sua língua está dolorida, fica facilmente irritada por certos alimentos e bebidas ou está muito inchada (interferindo na alimentação, fala ou deglutição), consulte o dentista para ter um diagnóstico. Sempre que uma lesão na língua não desaparecer em 10 dias, a Mayo Clinic recomenda que seja marcada uma consulta com o dentista para descartar qualquer problema grave.
Cuidados com a língua geográfica
Nos casos em que houver dor, o médico ou dentista pode prescrever o uso de medicamentos anti-inflamatórios para ajudar a aliviar o desconforto. Para problemas mais leves de ardência ou sensibilidade, evitar alimentos condimentados e bebidas alcoólicas até que o episódio passe pode ser a única medida necessária, afirma o National Institutes of Health.
A higiene bucal rigorosa é sempre recomendada, mas preste atenção especial à saúde da sua boca se apresentar língua geográfica. Escove os dentes e a língua duas vezes ao dia e não se esqueça de usar o fio dental diariamente. Você também pode fazer bochechos com um enxaguante bucal, para proteger a boca contra germes por mais tempo, mesmo depois de comer e beber.
Fatores de risco da língua geográfica
A NORD relata que a glossite migratória ocorre em cerca de 3% da população, sendo que as mulheres são mais propensas a essa condição do que os homens. Também afeta os adultos mais jovens com maior frequência. Parece ocorrer em pessoas da mesma família, então pode haver uma relação genética. Pessoas com língua fissurada, uma condição em que a língua apresenta sulcos profundos e aparência enrugada, também podem ter um risco maior de desenvolver glossite migratória, assim como aquelas que têm deficiência de vitamina B ou doença inflamatória da pele, a psoríase.
Embora existam alguns distúrbios que ocorrem frequentemente junto com a língua geográfica - distúrbios hormonais, estresse emocional, diabetes juvenil, alergias e síndrome de Reiter - não há evidências reais de que eles sejam a causa dessa condição.
A língua geográfica não pode ser evitada ou curada. Mantenha a boca sempre limpa, fique longe de alimentos que causem irritação e sinta-se especial por ter uma condição única, mas inofensiva, que muitas pessoas nunca tiveram!